segunda-feira, 6 de setembro de 2010

João Pessoa, Paraíba

Em julho fui passar 7 dias em João Pessoa, na Paraíba. Bem, escolhi João Pessoa porque meu namorado havia morado alguns anos em Campina Grande, que fica 2 horas de carro da capital João Pessoa e imaginei que seria legal conhecer João Pessoa e ir até Campina Grande.

Igreja de São Francisco: 200 anos para ser construída


Na véspera da viagem simplesmente me bateu uma crise de pânico! Pânico de entrar no avião! Seriam 3 pousos e 3 decolagens até João Pessoa: Belém-Fortaleza, Fortaleza-Recife e por fim, Recife-João Pessoa. Sairiamos de Belém às 18 e 30 e chegaríamos por volta de 2 da manhã. Mesmo pensando no dinheiro que jogaria fora, o medo do avião realmente tomou conta de mim. Sei que existe aquele papo que és mais fácil morrer de acidente de carro do que de avião, mas pelo menos, penso, que de um acidente de carro, eu tenho a MÍNIMA chance de sobreviver; posso quebrar uma perna, um braço, ou morrer mesmo, mas existe um a luz no fim do túnel; viajando de avião, se acontecer uma m., eu simplesmente NÃO TENHO A MÍNIMA chance de sobreviver, fora que a idéia de pensar num acidente de avião, naqueles segundos que devem ser aterrorizantes, affff! Pois é, o namorado foi compreensivo, disse que se eu desistisse da viagem ele entenderia (uma amiga disse que se fosse com esse papo pro namorado ele não seria nada compreensivo e ainda a chamaria de louca haahhha). Mesmo com todo o pânico, pensei no quanto eu andava cansada, de uma mudança de ambiente de trabalho recente que foi quase traumática para mim, de que fazia uns 10 anos que eu não saia de férias e viajava, enfim, me peguei com meu santo protetor e fui! Graças a Deus os vôos foram super tranquilos e estou aqui contando a história.

Gente, confesso que me surpreendi muito com João Pessoa. Que cidade maravilhosa! Lá, eles sabem realmente aproveitar as potencialidades naturais, a comida, a cultura a favor dos moradores e dos turistas.


Tuelho típico


Tudo lá é muito barato. Táxi aqui em Belém , vc entra e já está pagando R$ 4, 60. Lá pagávamos R$ 3, 30, muito barato. Atravessávamos a cidade de táxi e dava R$ 10,00, R$15, 00. As praias, a cidade é super limpa. Um taxista nos disse, ao elogiarmos a limpeza da cidade “moça, aqui os garis tem escala para as 24 horas do dia, o Prefeito que mandou, tem que ter gente sempre de olho pra manter a limpeza da cidade. “ Ou seja, lá eles trabalham pela limpeza da cidade o dia todo!


O povo, que gente mais simpática! Aonde quer que fóssemos, restaurante , praias, fomos super bem atendidos. O patrimônio histórico deles é de babar e a conservação te dá vontade de chorar de tão boa.


Fizemos amizade com outros turistas no Hotel e alguns diziam que haviam vindo de Recife, que lá o trânsito é bem problemático, a cidade anda violenta.
Às vezes, quando voltávamos para o Hotel tarde da noite andando, eu ficava olhando para os lados, preocupada, com medo de assalto (hábito aqui em Belém, que eu já nem percebia) e depois de uns 4 dias na cidade, vi que era bobagem, até os mendigos na rua nos davam “boa noite”!
João Pessoa tem a beleza das cidades do Nordeste, com uma tranqüilidade ainda incomum por lá.
Às 5:15 da manhã o Sol já nasceu e o pôr-do-Sol é por volta de 5:15 da tarde. Famoso é um passeio que chamam de “Pôr-do-Sol na Praia do Jacaré”. É um lugar tipo o Mormaço aqui de Belém, onde o pôr-do-Sol é visto quase da mesma forma, mas a estrutura que eles criaram lá para os turistas, faz o lugar ser único e o Mormaço parecer uma favela. Na hora que o Sol está se pondo, passa um saxofonista em uma canoa em frente aos turistas tocando o Bolero de Ravel, é lindo, emocionante!

Pôr-do-sol na Praia do Jacaré


O passeio à Picãozinho é lindo!!!! Você vê os peixinhos bem de perto.
Passeio a Picãozinho




Picãozinho

Em João Pessoa fica a Ponta de Seixas, o ponto mais oriental de todas as Américas. Tem um Forte muito bonito.

Farol do Cabo Branco


Ponta de Seixas, ponto mais oriental das Américas

Eles sabem utilizar seus pontos fortes a favor do turismo! A comida, as praias, a cultura, os Hotéis.
Comida lá, muito barata. Tipo, fomos a um lugar na orla mais badalada da cidade, na Praia do Tambáu, onde havia um restaurante lindo, com rodízio de sopas, maravilhosas, onde você podia tomar as sopas, comer tapioquinhas à vontade, cuzcuz, pão de macaxeira, de alho, tudo R$ 8,00 (OITO REAIS) por pessoa!!


A cidade tem pedintes? Tem. Tem mendigos? Tem. Tem lugares com lixo na rua? Tem. Mas o lado positivo da cidade é tão bom, você vê que há um esforço do povo para que tudo seja limpo, bom, agradável, que te faz adorar a cidade!
Voltei para Belém feliz por não ter desistido da viagem e um pouco triste com a minha própria cidade. Nunca tinha ido a uma cidade que pudesse comparar com Belém. Aqui as pessoas não são tão solícitas com os turistas, a cidade está suja, a Prefeitura não faz o seu trabalho.
Uma semana após voltar de João Pessoa, fui naquela “Casa do Caldo” tomar sopa. Entramos e perguntamos ao garçom os valores do rodízio. R$ 18,00 reais por pessoa, até o segundo prato de sopa, mais que isso era maior o valor. Me senti assaltada! Agradeci, demos meia volta e fomos comer hambúrguer de soja na Cairu. Era só a sopa e uns pães! O primeiro táxi que peguei na volta pra Belém foi outro baque! Gari na rua? Faz tempo que não vejo um, falando sério, mal recolhem o lixo das casas!
Cheguei à conclusão que realmente em João Pessoa os turistas não são explorados, são recepcionados! Estou doida pra voltar um dia!

Espero que um dia o povo de Belém seja igual ao povo de João Pessoa: valorize seu patrimônio histórico, suas belezas naturais, a conservação da cidade e a faça uma cidade boa para quem vive e para quem vem visitá-la e fica doido para voltar, assim como estou doida pra voltar a João Pessoa!